terça-feira, 30 de setembro de 2008

Dia da Nacionalização das Roças


Hoje foi feriado em São Tomé celebrando a nacionalização das Roças pouco após a Independência. As roças foram, durante muito tempo, o suporte económico e social das ilhas maravilhosas. Espalhadas um pouco por todo o Arquipélago, eram geridas e exploradas por portugueses, usando primeiramente mão de obra escrava e, após a abolição desta prática, recorrendo aos contratados.

Vindos de outras colónias, estes possuíam um salário e a possibilidade - hipotética - de regresso à sua terra. Muitos deles continuam por São Tomé sonhando ainda com o regresso a uma terra que existe apenas nas suas recordações.


Roça Agostinho Neto (Antiga Roça Rio d'Ouro)

Aí se produzia o cacau, o café e muitos outros produtos com vista, sobretudo, à exportação. Com a nacionalização das Roças estas foram divididas entre os trabalhadores que aí viviam, formando na maior parte delas pequenas parcelas com vista à cultura de subsistência.
Nos dias de hoje a maior parte das Roças está em avançado estado de degradação. Apesar de algumas Roças terem vindo a ser recuperadas, tanto para turismo (como por exemplo a Roça de São João dos Angolares), como para a produção agrícola e floral, o panorama é tudo menos animador.

Nas Roças, particularmente nas mais isoladas, é possível encontrar uma população que vive em condições miseráveis e, sobretudo, sem qualquer esperança ou perspectiva de algo melhor. Limitam-se a ver passar os dias, sobrevivendo e resignando-se à vontade de deus.

Dentro de poucos anos uma boa parte destas Roças será tão-somente uma recordação, engolida pelo mato. As que sobreviverem contarão a história de um tempo que existiu.

2 comentários:

samya disse...

Fico muito feliz com a tua volta, ja estava achando que havia abandonado o blog completamente.
Adoro aprender de Sao tome, quem sabe um dia, numa ferias... um grande abraço

Mr. Lekker disse...

Obrigado. Foi uma pausa bastante prolongada, de facto. Mas o regresso é para valer!!! ;) Um abraço