Actualmente, no alto dos seus 82 anos, ela surge como talvez o mais importante referente cultural das ilhas e verdadeiro monumento vivo. Não sendo propriamente apreciador da generalidade da sua poesia (embora goste, por exemplo, do poema que aqui trago), é interessante ver e estar com Alda do Espírito Santo. Como ontem no Liceu Nacional, onde se encontrou com alunos, compartilhando a sua boa disposição e demonstrando uma surpreendente empatia com os jovens que, em sua homenagem, musicaram um dos seus poemas.
Para saber e ler mais sobre Alda do Espírito Santo passe por aqui.
Lá no Água Grande
Lá no "Água Grande" a caminho da roça
negritas batem que batem co'a roupa na pedra.
Batem e cantam modinhas da terra.
Cantam e riem em riso de mofa
histórias contadas, arrastadas pelo vento.
Riem alto de rijo, com a roupa na pedra
e põem de branco a roupa lavada.
As crianças brincam e a água canta.
Brincam na água felizes...
Velam no capim um negrito pequenino.
E os gemidos cantados das negritas lá do rio
ficam mudos lá na hora do regresso...
Jazem quedos no regresso para a roça.
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