Na renovação da Biblioteca do Liceu Nacional de São Tomé encontrei alguns exemplares de livros que, sendo de outra era, quase parecem de outro planeta.
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Desde a independência, em 75, até 91, São Tomé foi uma República Democrática como tantas outras que pulularam por esse planeta. Aliás, o nome oficial não perdeu ainda essa designação. Nesse sentido, a vida política e educativa deste país foi totalmente moldada pela visão marxista-leninista que procurava fundar uma nova sociedade e um novo homem. Os programas educativos baseavam-se na experiência cubana, havendo mesmo um número significativo de professores vindos da terra de Fidel.
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Ao renovar o conteúdo e o espaço da biblioteca foi possível encontrar algumas preciosidades e verdadeiras relíquias desse tempo. Desde os clássicos Marx, Lénine e Engels, editados pelas Edições Progresso de Moscovo, passando por Kim Il Sung ou Fidel, ou ainda vários outros com nomes perfeitamente impronunciáveis e que nos deleitam com as suas análises acerca do materialismo dialéctico ou da produção agrícola e industrial na URSS. É possível também encontrar alguns romances, como o que deveria ser sem dúvida um clássico, "Brilhantes para a ditadura do proletariado"...
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Ao passar os olhos por alguns destes livros não consigo deixar de ficar admirado pelo próximo que estes pensamentos estão de nós. E quão irreais me parecem. Uma realidade que se transforma e, na maior parte dos casos, se torna mais um apêndice nos seus livros de história.
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Quanto a mim, acho que os meninos no Liceu Nacional precisam de menos marxismo e de uma nova cara na sua biblioteca. Por isso uma boa parte dos livros que por lá andavam vão ser vendidos e substituídos por materiais mais adequados a uma biblioteca escolar. Quanto a mim não resisti a trazer uns exemplares do Kim Il Sung...
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